quarta-feira, 12 de outubro de 2011

CRIANÇAS ESPECIAIS

Caros irmãos e amigos!
É com grande amor e carinho que vos escrevo neste dia para simplesmente mostrar-vos este tipo de crianças que são designadas "CRIANÇAS ESPECIAIS". Poderia por ventura alguém interrogar-se, por que é que se dá esta designação a este tipo de crianças? Mas a resposta não tardaria a chegar: São especiais porque elas merecem um tipo de tratamento muito diferente das outras crianças que são consideradas, por assim dizer "normais".  Sei muito bem que é difícil lidar-se com este tipo de crianças, porque a gente percebe aquilo que a gente tem a capacidade de perceber. Por outro lado não percebe aquilo que a nossa razão não nos abre a gaveta. Este tipo de crianças é daquele que a gente tem de ter a santa paciência de ensinar a cada dia que passa, porque o seu processamento mental é lento e diferente de qualquer outra pessoa. Daí que precisam de verdade de um outro tipo de apoio ou seja de tratamento que chamamos de Especial.
Estas crianças residentes na Obra Dom Orione, em Maputo, também precisam do nosso acompanhamento direto. A nossa presença no meio delas é digna de louvor para elas, porque elas também precisam de sentir-se felizes, precisam de brincar, precisam de passear, precisam de alguém que lhes ajude a dar o primeiro passo, e precisam ainda mais de cada um de nós que lhes ensine a soltar o primeiro verbo, ou seja, as primeiras palavras, e isto só será possível se todos nós nos considerarmos como sendo iguais em dignidade, iguais nos direitos, e iguais na filiação Divina.
Meus amigos se um dia pudéssemos calcular quanto tempo a gente gasta a sorrir por uma garrafa de cerveja ou por um refresco, multiplicaria esse tempo todo pelos anos que a gente tem, e veríamos que o resultado dos nossos sorrisos seria cinco vezes maior do que os anos que a gente tem. No entanto, o que custa cada um de nós partilhar este sorriso que tem por uma bebida, para cada uma daquelas crianças?
Cada um de nós tem no seu íntimo o desejo de felicidade, o desejo de viver bem e o de ser alguém na vida. Estes são apenas alguns desejos inseparáveis de um ser humano, e como aquelas crianças fazem parte dos seres humanos, segue-se necessariamente que também possuem estes desejos no seu íntimo, mesmo que não consigam, através da sua situação, transmitir aos outros aquilo que elas gostariam de ser na vida.
A nossa tarefa como homens, seria a de procurar sempre e incansavelmente construir um mundo melhor e mais humano para todos, sem distinção de raça, cor, religião, e muito menos da tribo a que o outro pertence.
Procuremos, no entanto, proporcionar momentos especiais para todas aquelas crianças ou adultos que se encontram nesta situação, quer estejam neste Centro ou num outro Centro de acolhimento. Também para aquelas que se encontram nas suas casas, façamo-las de pessoas especiais e transformemos os seus dias de muita angústia, em dias de festas.


                                                                                                    Domingos Monteiro

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